quarta-feira, 27 de maio de 2009

A verdade de cada um

Eita, parece título de radionovela não é?

Tenho lembranças de quando era criança, minha mãe ouvia rádio o tempo todo, alias ainda ouve, não sei a que horas nem a emissora, mas todos os dias tinha um programa que contava histórias verídicas, pelo menos assim diziam, as mais escabrosas possíveis, me lembro que ficava apavorada as vezes, mas a maioria das histórias tinham como assunto principal para o fim da história a saudade, as vezes de alguém, as vezes de uma época, as vezes de um lugar...

Bom, mas não é de nostalgia que quero falar, pelo menos não as que contam reminicencias infantis...

Eu não vou dizer quantos anos tenho, porque não convém, isso é assunto meu, mas vou dizer que é dificil e decepcionante crescer, ou melhor para mim esta esta sendo uma experiência bastante controversa.

A gente aprende desde pequeno, a não falar palavrão, comer direito, sentar direito, se comportar na casa dos outros, agradecer, só entrar se for convidado, só aceitar se te oferecerem, arrumar a cama, respeitar tios, tias e avós...

vai pra escola, tem que estudar, tirar notas boas, passar de ano, escolher uma profissão, entrar para faculdade, arrajar trabalho...

aprende a rezar, vai igreja, faz primeira comunhão...

Uma infinidade de coisas pra você se tornar uma pessoa sociável, entendo eu por sociável uma pessoa que pode conviver com outras pessoas sem agredir!

Isso tudo é muito importante sim, se com tudo isso, estamos como estamos, imaginem se não tivessemos noções básicas de civilização!!

Tenho saudade do tempo que sonhava e alias cheguei a acreditar que essa educação e esse amor era possível, to falando de um amor maior mesmo o amor pelo próximo, seja ele quem for!

Estou com medo do que vejo, não me acho uma santa não, estou a kilometros disso, mas estou deveras decepcionada com o que estou assistindo.
As vezes me passa pela cabeça ou ouço de algumas pessoas, que o jeito é se adaptar, quem não pode com eles junte-se a eles...

Mas me recuso!

Estou falando dessa avalanche de "não to nem ai pra você o importante sou eu", credo que horror!, da experimentação desenfreada sem se importar com consequencias, as pessoas estão se usando com permissão reciproca e tudo bem, se diz coisas, se faz coisas, invadem, participam e depois saem a francesa como se nada tivesse acontecido, e ninguém fala simplesmente nada, ninguém reclama porque é normal!

Tudo isso para a busca sem sentido do prazer momentãneo, pela auto-afirmação ou seja lá o que for, esta tudo muito bagunçado a meu ver!

Um exemplo: vai se a uma concessionária e compra um carro, tem que passar por uma série de avalições e você tem que garantir o compromisso assumido, ou então terá consequências!

Com pessoas é diferente, se quer, pega, assume, mas não garante...
Quais são nossos valores?
Damos garantias pelo ter, mas não pelo ser.
È fato que mudamos de opnião, ok esta certo!
Mas então não prometa, não fale, não olhe nos olhos, não se faça acreditar, é uma questão de respeito mínimo se importar pelo quanto incomodado você pode deixar a outra pessoa!
Eu pensei que era, pensei que dava, pensei.....pensar não é sentir, então por favor minha gente enquanto não sentir não fale!

Óbvio que estou falando das relações amorosas, alias não gosto desta palavra relação, relação que eu saiba é lista, até pra citar usamos palavras que não comprometam, estou falando de amor mesmo.
Pode ser piegas, palavras de coração partido, não nego, mas é a verdade minha gente.

Estamos todos mergulhados no medo de amanhã não ser mais igual a hoje, medo do abandono, medo da perda de controle, medo do risco e arriscamos o tudo pelo nada, não perdemos o controle mas também não temos nada para controlar, não serei mais abandonado porque também não é importante quem esta abandonando, o amanhã vai ser igual a hoje, sempre um nada!

É muito dificil lidar com tudo isso, acho que os incumbidos pela educação deviam além de tudo nos ensinar a lidar com a verdade, que não basta ser educado, respeitoso, amoroso, verdadeiro e profundo, tem que saber lidar com situações escabrosas parecidas com as das radionovelas, e além de tudo não perder a fé, não se esconder atraz do medo, porque invarialvelmente você vai se ver diante de uma situação dessas, mas seguir em frente sem colocar todos na mesma escala de falta de educação e tentar, mas sem agredir!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Meia Hora

Se você estivesse aqui agora
Nem que fosse por meia hora
Seria válido todo o meu pensar.
Se estivesse, nesse momento, olhando para mim
Poderia enxergar além dos meus olhos
E estaria refletido até onde os teus alcançassem.
Se estivesse ouvindo minha voz
Daria-me a atenção de um aprendiz
E, se eu estivesse conquistando importância
Seria eu a pessoa mais feliz.
Ah, se você pudesse compreender
Que o que sinto é tão puro
E nobre e tão simples
Como a cumplicidade do dar sem receber
Apenas pela satisfação do doar
De apoiar e de compreender.
Se você estivesse aqui agora
Eu poderia me expressar de outra forma
Talvez um gesto, quem sabe
Sem ninguém pra analisar
Apenas pelo demonstrar.
Mas nem imagino onde você está
O que faz, ou com quem
Nem mesmo sei se está com alguém
Porém, há algo que não posso negar:
Te faço do meu jeito
Te crio pra mim e o mundo ignora
Pois assim te imagino perfeito
Podendo sentir que está aqui agora.